sábado, 5 de março de 2011

Capítulo 5 - Da Vida

Meu amigo, saiba que na vida - ao menos em minha vida - a alegria e a tristeza são parceiras inseparáveis. São raras as vezes que ambas estão presentes em sua vida ao mesmo tempo, com a mesma intensidade. Porém, saiba disso, pois eu demorei muito para aprender, elas nunca estão muito distantes. Uma alegria tão grandiosa, como a que tive com o batizado de Rafael, é sempre acompanhada de uma tristeza igualmente grande. Lembro-me de ter lido isso em algum livro... e é a mais pura verdade, pois foi isso que comigo aconteceu.
            Em um domingo, acordei, me aprontei, e fui me dirigindo a casa de Sr. Edgar. Quando estava saindo de casa, um moleque, o mesmo que me trouxe aquele primeiro recado, veio me entregar uma carta. O remetente era o vizinho da casa de meu tio. Assustei-me, pois não haveria motivo para aquele velho ignorante, que odeia a ciência, e que vivia difamando os médicos, falando que nossos remédios só matavam os pacientes mais rapidamente, enfim, não havia motivo para ele me escrever uma carta. Eu a abri. Poupo o leitor de uma falsa representação da carta, pois nem mesmo eu me lembro de como a notícia foi dada, porém, eis o fato interessante: meu tio estava morto, e meu primo, o Rafael, sem ter com quem morar. Ele tinha apenas sete anos na época. Enfim, após me sentir um pouco mal (mais por meu primo que por meu tio hipócrita) mandei o moleque buscar Rafael, o primo, para que viesse morar comigo.

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